, 19 Abril 2017
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Quem nos dias atuais já teve o privilégio de percorrer a parte alemã da Pomerânia, certamente se deu conta de como toda esta região é pequena. Uma faixa de terra de cerca de 100 quilômetros de comprimento por pouco mais de 50 quilômetros da largura é o que resta do que outrora foram estes ducados que serviram de pátria para os antepassados de tantos descendentes de imigrantes que hoje vivem no Brasil.
Na verdade, este pequeno pedaço de chão, como se diria no Rio Grande do Sul, representa menos de 30% de toda a extensão da Pomerânia histórica. Apesar das sucessivas divisões e novas unificações ocorridas ao longo dos últimos nove ou dez séculos, ao menos nas fontes históricas, há quem consiga observar um certo sentimento de pertencimento dos seus habitantes ao que poderíamos chamar de uma nação pomerana.
Porém, ao final de 1945, com a passagem do “rolo compressor” formado pelas tropas soviéticas, a Pomerânia, naquela época já como província, foi definitivamente extinta e suas terras divididas e redistribuídas entre a Polônia e a República Democrática Alemã (comunista). Dentro desta redistribuição a linha estabelecida pelos vales do Rio Oder e do Rio Neisse passou a ser utilizada como referência para a definição das fronteiras. Como consequência imediata desta nova situação, toda a região oriental, agora sob administração polonesa foi submetido a um sistemático processo de limpeza étnica.
Há cálculos que sugerem o expulsão de cerca de 1,6 a 1,9 milhões de habitantes da Pomerânia, sendo que destes, perto de meio milhão teriam sucumbido de frio e de fome durante a fuga entre 1945 e 1947. Há autores que citam números como 50.000 alemães que teriam permanecido nas área ocupadas. Em 1947, quando os poloneses aproveitaram o momento para deslocarem ainda mais este limite em direção ao ocidente, ultrapassando a cidade de Stettin, um novo acordo entre a Republica Democrática Alemã e a Polônia estabeleceu de forma definitiva esta nova fronteira, Mais tarde, em 1990, com a unificação da Republica Democrática Alemã com a República Federativa da Alemanha, a nova fronteira foi também ratificada pela República Federal da Alemanha.
No lado polonês, os territórios outrora pertencentes aos ducados da Pomerânia e também dos cassubianos foram divididos na forma de três províncias. Em 1995, dentro de uma política de reaproximação e de assistência às comunidades de fronteira foi criada da Euroregião Pomerânia. Com este projeto patrocinada pela Comunidade Europeia e também esforçado pelo interesse da Polônia em ingressar na Comunidade Europeia, sobretudo, a República Federal da Alemanha passou a estimular e a financiar projetos de desenvolvimento de toda a antiga região oriental da Pomerânia. Na atualidade, grandes somas em dinheiro continuam sendo investidas nesta região, contribuindo assim para o seu desenvolvimento nas áreas de infraestrutura, da cultura e da tecnologia.
Já na parte alemã da Pomerânia, a baixa natalidade de população nativa, e o próprio processo de emigração que vem ocorrendo nas ultimas décadas fez com que o governo provincial adotasse uma série de medidas para novamente estimular um maior desenvolvimento econômica desta região. Infelizmente, os prejuízos contabilzados pela administração da Alemanha comunista ainda não puderam ser superados. O enquadramento de toda esta região ocidental nas macrorregiões de Grosskreiss VorpommernRügen e Vorpommern-Greifswald, em uma tentativa de refletir as fronteiras pomeranas originais, quer favorecer um pouco mais o seu potencial de desenvolvimento econômico e social.