Diante das dificuldades enfrentadas na Europa e em busca de dias melhores, os primeiros imigrantes pomeranos chegaram ao Espírito Santo em 28 de junho de 1859, época anterior ao processo de unificação da Alemanha do século 19. O modo de ser , seus costumes e sua língua, permitiram a sobrevivência do pomerano. A coragem para inciar uma vida nova em meio a densa floresta atlântica , fez do pomerano um povo desbravador. A terra prometida e tão sonhada, não era a “terra do pão e do mel”. Para os imigrantes pomeranos, sem ajuda e apoio do governo, não restou outra alternativa que não fosse o fortalecimento comunitário. Sobreviventes entre muitas dificuldades, os pomeranos na atualidade são expoentes em diversas atividades econômicas. Seguindo sua habitual tradição da ligação com a terra, no estado do Espírito Santo se transformaram nos maiores produtores de hortifrutigranjeiros. A cafeicultura e fruticultura também estão presentes na vida dos pomeranos. Graças ao trabalho dedicado e ambientalmente responsável dos pomeranos, o Espírito Santo se tornou o maior produtor de alimentos orgânicos, o maior produtor e exportador da raiz de gengibre e o segundo maior produtor de ovos do Brasil. Desde o assentamento dos imigrantes pomeranos em terras capixabas, estes mantém o espírito trabalhador, disposição e ânsia para construir vida renovada.
Convivendo e participando de movimentos e discussões relacionadas ao Povo Tradicional Pomerano, é perceptível que carecemos de políticas públicas de incentivo, para manter o povo pomerano na sua tradição e do cultivo da terra. Os saberes e fazeres do povo tradicional pomerano, estão sendo afetados direta e indiretamente. As burocracias para legalização de suas atividades são tantas, que muitas vezes são a mola propulsora para venda de suas pequenas propriedades para sitiantes, permanecendo na mesma como empregado, ao invés de desenvolver o seu próprio negócio como agricultor familiar. A falta de apoio e incentivo para o trabalhador do campo, contribuem com o êxodo rural. Em consequência disso, vem aumentando o índice de desemprego nos centros urbanos.
Atualmente estão se estabelecendo grupos de diferentes cidades do Brasil como: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Rondônia, Rio de Janeiro e Brasília que fazem reflexões e que discutem propostas de melhoria para a cultura pomerana. As novas tecnologias permitem essa ponte. Descobrir que existem descendentes de imigrantes pomeranos espalhados por esse mundo afora, com os mesmos anseios merece especial atenção. A frase de Carlos Adriano resume muito bem a característica do pomerano: “Troque suas folhas, mas não perca suas raízes… mude suas opiniões, mas não perca seus princípios”. O povo pomerano trocou de folhas, e não perdeu suas raízes. Mudou de opinião devido as circunstâncias das dificuldades da vida, mas se mantêm firme em seus princípios.